sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

As Canetas

Nesse natal ganhei apneas um presente. Uma caneta. Falando assim não parece tanto, mas é uma caneta de ouro... Leve, fininha, com meu nome gravado.
É a segunda vez que ganho uma caneta no natal. O outro foi em 1987. Na hora da troca de presentes minha avó veio chorando entregar a caneta que era do meu avô - que tinha morrido no ano anterior. Ela não tinha nada demais, era prateada, simples, mas era a caneta que meu avô assinava os cheques, marcava os pontos da canastra e assinava o nome dele nas toalhas de papel (mania que também tenho).
Eu tinha 14 anos. Já morava sozinho em São Paulo. E claro levei a caneta para a escola. E óbvio que a perdi na primeira semana. Não sei como não sei onde. Às vezes, pra aliviar a culpa, penos que o vô Lau veio pegá-la de volta... afinal ele tinha um baita xodó com ela... Limpava, lustrava, conferia a carga... E eu a perdi.
Coisas importantes não podemos perder de vista, temos que prestar atenção, tratar bem, mostrar que são importantes. Afinal quem ama cuida.
Ganhei uma caneta de ouro da minha mãe, pai e irmã. Foi meu único presente material deste natal. E por isso ela se torna ainda mais importante. Nela tem valores e amores... e ela só sairá de casa para ocasiões especiais e vai voltar rapidinho pra caixa.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Mais Um Ano










Deve ter sido depois de uma noite de carnaval. Daqueles bailes quentes que caem em março... pq no dia 10 de dezembro cheguei ao mundo.






Não nasci num hospital... o parto foi em casa mesmo. Em Avaré, na rua Distrito Federal, 1279, começava a minha vida. Acho que sempre fui desconfiado.





Por isso me sentia mais seguro em braços fortes... Saudades do Vô Lau.Fui seguindo minha vidinha... fazendo pose, bico... completei um aninho. Naquele tempo não tinha preocupações. Elas começaram pouco tempo depois.














Nesse período da vida não é fácil ter uma irmãzinha. A gente sente ciúmes... ainda bem que passa.
Ainda bem que assim pude valorizar as mulheres...e descobri que eu sempre fui pra casar...rs







Eu gostava mesmo era de bola.











Minha mãe diz que era só jogar uma pra cima que eu ria.



No começo era com os pés... mas depois ela veio pras mãos... isso muito tempo depois.


Antes, ganhei irmãos. Dois de uma vez só. A casa ficou cheia e eu virei babá. Dava mamadeira e levava pra minha cama quando o primeiro acordava. Faz tempo que a gente não se vê.





Um dia, já com 12 anos saí de casa. Fui morar em São Paulo. Já tava na hora. Virei jogador profissional de vôlei. Fui campeão brasileiro duas vezes. Ganhei... perdi e aprendi. E agradeço muito ao esporte que me trouxe até aqui.Passei 6 meses da minha vida com pouca comida, pouco dinheiro e muita, mas muita vontade. Nem tudo eu conquistei, mas as oportunidades que tive agarrei.





Virei jornalista, homem do tempo, apresentador do Bom Dia SC... parei de jogar e virei repórter de esporte.

Fiz novos amigos. Mais que ombros, mais que amigos... novos irmãos.




Chego aos 35 anos. Sem filhos, sem esposa e sem cachorro.
Com a certeza de que vale errar tentando do que ter medo de arriscar.
Que dar uma nova oportunidade ao outro é dar uma nova oportunidade a si mesmo.
E é preciso sempre estar pronto pra recomeçar.Beijo mãe, pai, Li, Eduardo e Fernando. MInha família, minha vida...
A vida vai começar de novo aos 35.

sábado, 6 de dezembro de 2008

Superego

O Superego faz parte do aparelho psíquico da psicanálise freudiana de que ainda fazem parte o ego (eu) e o id.
Representa a censura das pulsões que a sociedade e a cultura impõem ao id, impedindo-o de satisfazer plenamente os seus instintos e desejos. É a repressão. Manifesta-se à consciência indiretamente, sob forma da moral, como um conjunto de interdições e deveres, e por meio da educação, pela produção do "eu ideal", isto é, da pessoa moral, boa e virtuosa.

Meu superego é muito SUPER... e o seu??

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Catarsear

Dei um google: catarse

Catarse é a purificação das almas por meio da descarga emocional provocada por um drama. Este é um conceito teorizado por Aristóteles.
Segundo o filósofo, para suscitar a catarse era preciso que o herói passasse da dita para a desdita, ou seja, da graça para a desgraça. E mais ainda: não pode ser por acaso, e sim por uma desmedida, ou seja, por uma ação ou escolha mal feita do herói.
Ainda segundo o filósofo grego, se um homem bom passa da má para a boa fortuna, nós não sentiremos terror; se um homem bom passa da boa para a má fortuna, nós ficamos com pena, e não sentimos compaixão nem terror; se um homem mau passar da boa para a má fortuna, nós ficamos felizes da vida; e se um homem mau passar da má para a boa fortuna, nós sentimos repugnância.
Ou seja, é preciso que o herói trágico passe da FELICIDADE para a INFELICIDADE por alguma desmedida sua para atingir a catarse. Por exemplo? Édipo Rei, que começa a história como rei de Tebas e no fim se cega e se exila. Ou, uma história mais próxima de todos, Romeu e Julieta, numa releitura que Shakespeare faz da tragédia, onde os dois eram filhos de importante gente da cidade e acabam mortos pela desmedida do amor.

no dicionário:
catarse - 1 Purgação. 2 Purificação. 3 Psicol e Med Método de purificação mental que consiste em revocar à consciência os estados afetivos recalcados, para aliviar o doente dos desarranjos físicos e mentais oriundos do recalcamento.

Pra mim... colocar os bichos pra fora com algo que te dá prazer pra revigorar o ânimo perdido. Tipo, pular na poça d´água gritando até a raiva passar. Socar um saco de areia até a cara do patrão desfigurar... da sua mente. Correr, correr, correr até os pensamentos clarearem.
Cartasear... faz bem para alma.
Mas por favor, sem tragédias.